segunda-feira, fevereiro 16, 2009

As coisas de não saudade do seu país


Lendo pela internet a fora, encontrei essa matéria da veja de 2004. Faz tempo, mas pelo que percebi as coisas não mudaram tanto nos últimos anos. Bem, o trabalho em questão trata de um estudo feito pelo banco mundial com 133 países sobre a chamada microeconomia, ou economia real - aquela que afeta, diretamente, a vida das pessoas, oferecendo-lhes emprego, salários, etc. O Brasil é um país que tem feito a lição de c
asa nos últimos anos em relação a sua política econômica, fazendo que, com a crise que o mundo atrassa, atualmente, nós possamos nos colocar em uma situação um pouco mais confortável. Bem pouco, para sermos verdadeiros. O problema - e aqui meus amigos advogados e contadores hão de concordar comigo - está justamente na dinâmica da economia. Na máfia do carimbo que todo o ser-humano-brasileiro tem que enfrentar quando decide abrir uma empresa.

Segundo o estudo, o Brasil é um dos piores países para se abrir uma empresa. É um via-crucis de departamentos e lugares que o pobre empreendedor tem que visitar, um cem-número de alvarás, petições e licenças que fazem Max Weber se revirar no caixão, só de ver a que ponto chegou sua teoria da burocracia. Isso é, realmente, muito tristes. Em países como a Nova Zelândia, se consegue abrir uma empresa em apenas 2 dias. A cultura brasileira tem um vício congênito do legalismo, herdado de nossos colonizadores portugueses.

Bem, se para abrir a empresa é esse massacre, nem queiram saber como é para fechá-la. Segundo o estudo, o Brasil é o segundo pior pais para isso, só perde para a Índia, onde é até entendível, uma vez que para os indus a vida é eterna e vamos renascer indefinidamente, então, para quê pressa?
O fato é que, no Brasil, o empresário falido leva em torno de 10 anos para se livrar do seu negócio. Nos países onde isso é mais rápido, o processo leva um par de meses.

Outro entrave para o nosso desenvolvimento são as leis trabalhistas. Contratar, no Brasil, é quase visto como um crime pela legislação. São diversos os números de órgãos para os quais a empresa tem que prestar contas. Milhares são, também, os direitos dos trabalhadores, superprotegidos. Com a arma na cabeça, qualquer empresário pensa 10 vezes antes de fazer uma contratação. Isso é explicado por uma legislação retrógrada, que já leva mais de cinquenta anos, que leva em seu seio a idéia da luta de classe e de que a relação de trabalho é uma relação de sofrimento.


Resultado: continuamos atrasadíssimos, enquanto outros países, que fizeram mudanças estruturais necessárias, voam de braços abertos ao desenvolvimento. Eu espero que meus colegas administradores e empreendedores discutam mais esse tema, para que as mudanças que são necessárias, aconteçam.