segunda-feira, dezembro 28, 2009
última do ano, loco por 2010
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Somos Feitos de Barro
Descobriram a cabeça da menina saindo do lodaçal, com os olhos abertos, chamando sem voz. Tinha um nome de primeira comunhão, Açucena. Naquele interminável cemitério, onde o cheiro dos mortos atraía os abutres mais afastados e onde o choro dos órfãos e os lamentos dos feridos enchiam o ar, aquela rapariga obstinada em viver tornou-se o símbolo da tragédia. As câmaras, de tanto transmitirem a visão insuportável da sua cabeça saindo do barro como uma cabaça negra, fizeram com que ninguém ficasse sem a conhecer nem nomear.
E sempre que a víamos aparecer no ecrã, atrás dela estava Rolf Carlé, que conseguiu chegar ao lugar atraído pela notícia, sem suspeitar que ali iria encontrar um pedaço do seu passado, perdido trinta anos atrás.
Primeiro foi um soluço subterrâneo que fez mexer os campos de algodão, encrespando-se como uma onda de espuma. Os geólogos tinham instalado as suas máquinas de medir com semanas de antecedência e já sabiam que a montanha tinha acordado outra vez. Desde há muito que previam que o calor da erupção podia desprender os gelos eternos das ladeiras do vulcão, mas ninguém fez caso dessas advertências, porque soava a um conto de velhos. Os povos do vale continuaram a sua vida surdos aos queixumes da terra, até à noite dessa quarta-feira de Novembro fatal, quando um longo ruído anunciou o fim do mundo e as paredes de neve se desprenderam, rodando numa avalancha de barro, pedras e água que caiu sobre as aldeias, sepultando-as debaixo de metros insondáveis de vómito telúrico. Mal conseguiram sair da paralisia do primeiro espanto, os sobreviventes viram que as casas, as praças, as igrejas, as plantações brancas de algodão, os sombrios bosques de café e as pastagens dos touros de cobrição tinham desaparecido. Muito depois, quando chegaram os voluntários e os soldados para salvar os vivos e avaliar a dimensão do cataclismo, calcularam que debaixo do lodo havia mais de vinte mil seres humanos e um número impreciso de animais, apodrecendo num caldo viscoso.
Também tinham sido destruídos os bosques e os rios e à vista não havia senão um imenso deserto de barro. Quando de madrugada telefonaram do Canal, Rolf Carlé e eu estávamos juntos.
Saltei da cama tonta de sono e fui preparar café enquanto ele se vestia à pressa. Meteu os seus instrumentos de trabalho numa bolsa de lona verde que trazia sempre consigo, e despedimo-nos como tantas outras vezes. Não tive nenhum pressentimento. Fiquei na cozinha a beber o meu café e a planear as horas sem ele, certa de que estaria de volta no dia seguinte.
Foi dos primeiros a chegar, porque enquanto outros jornalistas se aproximavam das margens do pântano em jipes, em bicicletas, a pé, abrindo caminho cada um como melhor podia, ele contava com o helicóptero da televisão e pôde voar por cima da avalancha. Nos ecrãs apareciam as cenas captadas pela câmara do seu assistente, onde ele se via enterrado até aos joelhos, com um microfone na mão, no meio de um alvoroço de meninos perdidos, de mutilados, de cadáveres e ruínas. O relato chegou-nos através da sua voz tranquila. Durante anos tinha-o visto no noticiário, remexendo em batalhas e catástrofes, sem que nada o fizesse parar, com uma perseverança temerária e sempre me assombrou a sua atitude calma perante o perigo e o sofrimento, como se nada conseguisse abalar as suas forças nem desviar a sua curiosidade. O medo parecia não o tocar, mas ele confessara-me que não era um homem valente, nem nada que se parecesse. Julgo que a lente da máquina tinha um efeito estranho nele, como se o transportasse a outro tempo, do qual ele podia ver os acontecimentos sem participar realmente neles. Ao conhecê-lo melhor compreendi que essa distância fictícia mantinha-o a salvo das suas próprias emoções.
Rolf Carlé esteve junto de Açucena desde o princípio, filmou os voluntários que a descobriram e os primeiros que tentaram aproximar-se dela, a sua câmara focava com insistência a menina, a sua cara morena, os seus grandes olhos desolados, o emaranhado compacto do seu cabelo. Naquele sítio o lodo era denso e havia perigo de se enterrarem ao pisá-lo. Atiraram-lhe uma corda, que ela não quis agarrar, até que lhe gritaram que a apanhasse, então tirou uma mão e tentou mover-se, mas a seguir afundou-se ainda mais. Rolf tirou a bolsa e o resto do seu equipamento e avançou pelo pântano, comentando para o microfone do ajudante que fazia frio e já começava a pestilência dos cadáveres.
- Como te chamas? - perguntou à rapariga, e ela respondeu com o seu nome de flor. - Não te mexas, Açucena - ordenou-lhe Rolf Carlé, continuou a falar-lhe sem pensar o que dizia, apenas para a distrair, enquanto se arrastava lentamente com barro até à cintura. O ar à sua volta parecia tão turvo como o lodo.
Por aquele lado não era possível aproximar-se, por isso recuou e foi dar uma volta por onde o terreno parecia mais firme. Quando por fim estava perto dela, pegou na corda e amarrou-lha debaixo dos braços para que a pudessem içar. Sorriu-lhe com aquele seu sorriso que lhe diminuía os olhos e faz voltar à infância, disse-lhe que tudo ia bem, já estava com ela e que, em seguida, a tirariam. Fez sinais aos outros para que a içassem, mas mal a corda se esticou a rapariga gritou. Tentaram de novo e apareceram os seus ombros e os braços, mas não puderam movê-la mais, estava atascada. Alguém sugeriu que talvez tivesse as pernas apertadas entre as ruínas da sua casa e ela disse que não eram só os escombros, também a prendiam os corpos dos irmãos, agarrados a ela.
- Não te preocupes, vamos tirar-te daqui - prometeu Rolf.
Apesar das falhas de transmissão, notei que a voz dele se calava e senti-me mais perto por isso. Ela olhou-o sem responder.
Nas primeiras horas Rolf Carlé esgotou os recursos do seu engenho para a salvar. Lutou com paus e cordas, mas cada esticão era um suplício intolerável para a prisioneira.
Lembrou-se de fazer uma alavanca com uns paus, mas isso não deu resultado e teve de abandonar também essa ideia. Conseguiu dois soldados que trabalharam com ele algum tempo, mas depois deixaram-no sozinho, porque muitas outras vítimas reclamavam ajuda. A rapariga não podia mover-se e mal conseguia respirar, mas não parecia desesperada, como se uma resignação ancestral lhe permitisse ler o destino. O jornalista, por seu lado, estava decidido a arrancá-la à morte. Levaram-lhe um pneu que ele colocou debaixo dos braços dela como um salva-vidas, depois atravessou uma tábua pelo buraco para se apoiar e alcançá-la melhor. Como era impossível remover os escombros às cegas, mergulhou um par de vezes para explorar aquele inferno, mas saiu exasperado, coberto de lodo, cuspindo pedras. Achou que necessitava de uma bomba para extrair a água e enviou alguém para a pedir pela rádio, mas voltaram com a mensagem de que não havia transporte e não podiam enviá-la antes da manhã seguinte.
- Não podemos esperar tanto! - reclamou Rolf Carlé, mas naquele salve-se quem puder ninguém lhe deu ouvidos. Teriam ainda de passar muitas horas mais antes que ele aceitasse que o tempo se esgotara e que a realidade tinha sofrido uma distorção irremediável.
Um médico militar aproximou-se para examinar a menina e afirmou que o seu coração funcionava bem e que se não arrefecesse podia resistir mais aquela noite.
- Tem paciência, Açucena, amanhã vão trazer a bomba – disse Rolf Carlé, fazendo por a consolar.
- Não me deixes sozinha - pediu-lhe ela.
- Não, claro que não.
Levaram-lhe café e ele deu-o à rapariga, sorvo a sorvo. O líquido quente animou-a, começou a falar da sua pequena vida, da sua família e da escola, de como era aquele pedaço do mundo antes de rebentar o vulcão. Tinha treze anos e nunca saíra dos limites da sua aldeia. O jornalista empurrado por um optimismo prematuro, convenceu-se de que tudo terminaria bem, chegaria a bomba, extrairiam a água, tirariam os escombros e Açucena seria trasladada em helicóptero para um hospital, onde se actuaria com rapidez e onde ele poderia visitá-la e levar-lhe presentes. Pensou que já não tinha idade para bonecas e não soube do que ela gostaria, talvez de um vestido. Não percebo muito de mulheres, concluiu divertido, calculando que tivera muitas na sua vida, mas que nenhuma lhe ensinara esses pormenores. Para enganar as horas começou a contar-lhe as suas viagens e as suas aventuras de caçador de notícias, e quando se esgotaram as recordações deitou mão da imaginação para inventar qualquer coisa que pudesse distraí-la. Em alguns momentos ela dormitava, mas ele continuava a falar-lhe no escuro, para lhe demonstrar que não se tinha ido embora e para vencer a perseguição da incerteza. Foi uma longa noite.
A muitas milhas dali, eu observava num ecrã Rolf Carlé e a rapariga. Não resisti a esperar em casa e fui até à Televisão Nacional, onde muitas vezes passei noites inteiras com ele editando programas. Assim, estive perto dele e pude ver o que ele viveu naqueles três dias definitivos. Fui ter com quanta gente importante existe na cidade, com os senadores da República, os generais das Forças Armadas, o embaixador norte-americano e o presidente da Companhia de Petróleos, pedindo-lhes uma bomba para extrair o barro, mas só obtive promessas vagas. Comecei a pedi-la com urgência pela rádio e televisão, a ver se alguém podia ajudar-nos. Entre as chamadas, corria ao centro de recepção para não perder as imagens do satélite, que chegavam a cada momento com novos pormenores da catástrofe. Enquanto os jornalistas seleccionavam as cenas de maior impacte para o noticiário, eu procurava aquelas em que aparecia o poço de Açucena. O ecrã reduzia o desastre a um só plano e acentuava a tremenda distância que me separava de Rolf Carlé, no entanto eu estava com ele, cada padecimento da menina doía-me como a ele, sentia a sua mesma frustração, a sua impotência. Ante a impossibilidade de comunicar com ele, veio-me à ideia o recurso fantástico de me concentrar para o alcançar com a força do pensamento e assim dar-lhe ânimo. Por momentos atordoava-me numa frenética e inútil actividade, de vez em quando o dó vergava-me e começava a chorar e outras vezes o cansaço vencia-me e julgava estar a olhar por um telescópio a luz de uma estrela morta há um milhão de anos.
No primeiro noticiário da manhã vi aquele inferno, onde flutuavam cadáveres de homens e animais arrastados pelas águas de novos rios, formados numa só noite pela neve derretida. Do lodo sobressaíam as copas de algumas árvores e o campanário de uma igreja, onde várias pessoas tinham encontrado refúgio e esperavam com paciência as equipas de salvamento. Centenas de soldados e de voluntários da Defesa Civil tentaram remover escombros em busca dos sobreviventes, enquanto filas de espectros em farrapos esperavam a sua vez de uma malga de caldo. As cadeias de rádio informaram que os seus telefones estavam congestionados pelas chamadas de famílias que ofereciam albergue às crianças órfãs. Faltavam a água para beber, a gasolina e os alimentos. Os médicos, resignados a amputar membros sem anestesia, pediam soro, pelo menos, analgésicos e antibióticos, mas a maior parte dos caminhos estavam interrompidos e ainda por cima a burocracia atrasava tudo. Entretanto, o barro contaminado pelos cadáveres em decomposição ameaçava os vivos com a peste.
Açucena tremia apoiada ao pneu que a sustinha sobre a superfície. A imobilidade e a tensão tinham-na debilitado muito, mas mantinha-se consciente e ainda falava com voz perceptível quando lhe aproximaram um microfone. O tom de voz era humilde, como se estivesse pedindo perdão por causar tantas moléstias. Rolf Carlé tinha a barba crescida e olheiras, parecia esgotado. Mesmo a essa enorme distância pude perceber a qualidade desse cansaço, diferente de todas as fadigas anteriores da sua vida. Tinha esquecido por completo a câmara, já não podia olhar a menina através de uma lente. As imagens que nos chegavam não eram do seu assistente, mas de outros jornalistas que se tinham apoderado de Açucena atribuindo-lhe a patética responsabilidade de encarnar o horror do acontecido naquele lugar. Logo a partir do amanhecer, Rolf Carlé esforçou-se de novo para mover os obstáculos que retinham a rapariga naquela tumba, mas usava só as mãos, não se atrevia a utilizar uma ferramenta, porque podia feri-la. Deu a Açucena a chávena de papa de arroz e banana que o Exército distribuía, mas ela vomitou imediatamente. Acudiu um médico e comprovou que estava com febre, disse que não se podia fazer muito, os antibióticos estavam reservados para os casos de gangrena. Também se aproximou um sacerdote para a benzer e pendurar-lhe uma medalha da Virgem ao pescoço. à tarde começou a cair uma chuvinha suave, persistente.
- O céu está a chorar-murmurou Açucena e pôs-se a chorar também.
- Não te assustes - suplicou-lhe Rolf. - Tens de reservar as tuas forças e manter-te tranquila, tudo acabará bem, eu estou contigo e vou-te tirar daqui de qualquer maneira.
Voltaram os jornalistas para a fotografar e perguntar-lhe as mesmas coisas, que ela já nem conseguia responder. Entretanto, chegavam mais equipas de televisão e cinema, rolos de cabos, cintos, películas, vídeos, lentes de precisão, gravadores, consolas de som, luzes, reflectores, baterias e motores, caixas com provisões, electricistas, técnicos de som e operadores de câmara, que mandaram o rosto de Açucena para milhões de ecrãs em todo o mundo. E Rolf Carlé continuava a pedir a sua bomba. O desdobramento de recursos deu resultado e na Televisão Nacional começámos a receber imagens mais claras e sons mais nítidos, a distância pareceu encurtar-se subitamente e tive a sensação atroz de que Açucena e Rolf se encontravam a meu lado, separados de mim por um vidro irredutível. Pude seguir os acontecimentos de hora a hora, soube quanto o meu amigo fez para arrancar a menina à sua prisão e para a ajudar a suportar o seu calvário, ouvi fragmentos do que disseram e o resto pude adivinhá-lo, estive presente quando ela ensinou Rolf a rezar e quando ele a distraiu com os contos que eu lhe contei em mil e uma noites debaixo do mosquiteiro branco da nossa cama.
Ao cair a noite do segundo dia ele procurou fazê-la dormir com velhas canções da Áustria aprendidas com a sua mãe, mas ela estava para lá do sono. Passaram grande parte da noite a falar, os dois extenuados, esfomeados, sacudidos pelo frio. E então, pouco a pouco, caíram as firmes comportas que seguraram o passado de Rolf Carlé durante muitos anos, e a torrente de tudo quanto tinha ocultado nas camadas mais profundas e secretas da memória saiu por fim, arrastando na sua passagem os obstáculos que durante tanto tempo bloquearam a sua consciência.
Nem tudo pôde dizer a Açucena, ela talvez não soubesse que havia mundos mais para lá do mar, nem tempo anterior ao seu, era incapaz de imaginar a Europa na época da guerra, por isso não lhe contou a derrota, nem a tarde em que os Russos o levaram para o campo de concentração para enterrar os prisioneiros mortos de fome. Para quê explicar-lhe que os corpos nus, empilhados como um monte de paus, pareciam de loiça quebradiça? Como falar-lhe dos fornos e das forcas, àquela menina moribunda? Nem mencionou a noite em que viu a mãe nua, calçada com sapatos vermelhos de salto de agulha, chorando de humilhação. Muitas coisas calou, mas naquelas horas reviveu pela primeira vez tudo aquilo que a sua mente tinha tentado apagar. Açucena entregou-lhe o seu medo e assim, sem querer, obrigou Rolf a encontrar-se com o seu. Ali, junto daquele poço maldito, foi impossível para Rolf continuar a fugir de si mesmo e o terror visceral que marcou a sua infância assaltou-o de surpresa. Recuou até à idade de Açucena e mais atrás, e encontrou-se como ela apanhado num poço sem saída, enterrado em vida, a cabeça rente ao chão, viu junto à sua cara as botas e as pernas do pai, que tinha tirado o cinto e o agitava no ar com um silvo inesquecível de víbora furiosa. A dor invadiu-o, intacto e preciso, como sempre esteve escondida na sua mente. Voltou ao armário onde o pai o punha fechado à chave para o castigar por faltas imaginárias e ali esteve duas eternas horas com os olhos fechados para não ver a escuridão, os ouvidos tapados com as mãos para não ouvir os latidos do seu próprio coração, tremendo, encolhido como um animal. Na neblina das recordações encontrou a sua irmã Katharina, uma doce criança atrasada que passou a existência escondida com a esperança de que o pai esquecesse a desgraça do seu nascimento. Arrastou-se até ela debaixo da mesa da casa de jantar e ali ocultos por uma grande toalha branca, os dois meninos permaneceram abraçados, atentos aos passos e às vozes.
O cheiro de Katharina chegou-lhe misturado com o do seu próprio suor, com os aromas da cozinha, alho, sopa, pão saído do forno e um fedor estranho de barro apodrecido. A mão da irmã na sua, a sua respiração assustada, o roçar do seu cabelo selvagem na sua face, a expressão cândida do seu olhar.
Katharina, Katharina... surgiu em frente de si flutuando como uma bandeira, envolta na toalha branca transformada em mortalha, e pôde por fim chorar a sua morte e a culpa de tê-la abandonado. Compreendeu então que as suas façanhas de jornalista, aquelas que tantos reconhecimentos e tanta fama lhe tinham dado, eram só uma tentativa de manter sob controlo o seu medo mais antigo, mediante a aldrabice de se refugiar atrás de uma lente para ver se assim a realidade lhe parecia mais tolerável. Enfrentava riscos desmesurados como exercício de coragem, treinando-se de dia para vencer os monstros que o atormentavam de noite. Mas tinha chegado o momento da verdade e já não pôde continuar a fugir ao seu passado. Ele era Açucena, estava enterrado no barro, o seu terror não era a emoção remota de uma infância quase esquecida, era uma garra na garganta. No sufoco do pranto apareceu-lhe a mãe, vestida de cinzento, com a sua carteira de pele de crocodilo apertada contra o regaço, tal como a vira pela última vez no cais, quando foi despedir-se ao navio em que ele embarcou para a América. Não vinha secar-lhe as lágrimas, mas dizer-lhe que pegasse numa pá, porque a guerra terminara e agora tinham de enterrar os mortos.
- Não chores. já não me dói nada, estou bem - disse-lhe Açucena ao amanhecer.
- Não choro por ti, choro por mim, que me dói tudo – sorriu Rolf Carlé.
No vale do cataclismo começou o terceiro dia com uma luz pálida entre nuvens carregadas. O Presidente da República fez-se transportar à zona e apareceu em traje de campanha para confirmar que era a pior desgraça do século. O país estava de luto, as nações irmãs tinham oferecido ajuda, ordenava-se o estado de sítio, as Forças Armadas seriam Inciementes, fuzilariam sem mais nada quem fosse surpreendido a roubar ou a cometer outras malfeitorias. Acrescentou que era impossível tirar todos os cadáveres nem dar conta dos milhares de desaparecidos, por isso se declarava todo o vale campo santo e os bispos viriam celebrar uma missa solene pelas almas das vítimas. Dirigiu-se às tendas do Exército, onde se amontoavam os que tinham sido salvos, para lhes dar o alívio de promessas incertas, e ao improvisado hospital, para dar uma palavra de ânimo aos médicos e enfermeiras, esgotados por tantas horas de penúria. Depois fez-se conduzir ao lugar onde estava Açucena, que então já era célebre, porque a sua imagem tinha dado volta ao planeta. Saudou-a com a lânguida mão de estadista e os microfones registaram a sua voz comovida e o acento paternal, quando lhe disse que o seu valor era um exemplo para a pátria.
Rolf Carlé interrompeu-o para lhe pedir uma bomba e ele assegurou-lhe que se ocuparia do assunto pessoalmente.
Consegui ver Rolf por uns instantes, de cócoras junto ao poço.
No noticiário da tarde encontrava-se na mesma postura: e eu, olhando o ecrã como uma adivinha olha a sua bola de cristal, percebi que algo fundamental tinha mudado, nele, adivinhei que durante a noite se tinham desmoronado as suas defesas e se entregara à dor, vulnerável, finalmente. Aquela menina tocou a parte da sua alma a que ele próprio não tivera acesso e que nunca partilhara comigo. Rolf quis consolá-la e foi Açucena quem o consolou.
Dei-me conta do momento preciso em que Rolf deixou de lutar e se abandonou ao tormento de vigiar a agonia da rapariga. Eu estive com eles, três dias e duas noites, espiando-os do outro lado da vida. Encontrava-me ali quando ela lhe disse que nos seus treze anos nunca um rapaz tinha gostado dela e que era pena ir-se embora deste mundo sem conhecer o amor, e ele assegurou-lhe que a amava mais do que poderia amar alguém, mais que à sua mãe e à sua irmã, mais que a todas as mulheres que tinham dormido nos seus braços, mais que a mim, sua companheira, e que daria qualquer coisa para estar apanhado naquele poço em seu lugar, que trocaria a sua vida pela dela, e vi como se inclinou sobre a sua pobre cabeça e a beijou na testa, vencido por um sentimento doce e triste que não sabia nomear. Senti como nesse instante se salvaram ambos do desespero, se desprenderam do lodo, se elevaram por cima dos abutres e dos helicópteros e voaram juntos sobre aquele vasto pântano de podridão e lamentos. E, finalmente, puderam aceitar a morte. Rolf Carlé rezou em silêncio para que ela morresse depressa, porque já não era possível suportar tanta dor.
Então eu já tinha conseguido uma bomba e estava em contacto com um general disposto a enviá-la na madrugada do dia seguinte num avião militar. Mas ao anoitecer daquele terceiro dia, debaixo das implacáveis lâmpadas de quartzo e das lentes de cem máquinas, Açucena rendeu-se, os seus olhos perdidos nos daquele amigo que a tinha ajudado até ao fim. Rolf Carlé tirou-lhe o salva-vidas, fechou-lhe as pálpebras, segurou-a apertada contra o seu peito por uns minutos e depois soltou-a.
Ela afundou-se lentamente, uma flor no barro.
Estás de volta junto de mim, mas já não és o mesmo homem. Vou contigo muitas vezes ao Canal e vemos de novo os vídeos de Açucena, tu os estudas com atenção, procurando algo que pudesses ter feito para a salvar e não te ocorreu a tempo. Ou talvez os examines para te veres como num espelho, a nu. As tuas câmaras estão abandonadas num armário, não escreves nem cantas, ficas durante horas sentado em frente da janela olhando as montanhas. A teu lado, eu espero que completes a viagem até ao interior de ti mesmo e te cures das velhas feridas. Sei que quando regressares dos teus pesadelos caminharemos outra vez de mão dada, como dantes.
Isabel Allende
domingo, dezembro 06, 2009
nada como um novo projeto

domingo, novembro 22, 2009
viajando por aí
sábado, outubro 17, 2009
Petrobrás é a 5ª Maior do mundo

mais uma do maquiavel
Faça o bem aos poucos e o mal de uma vez só.
Boa, Maquiavel, não é a toa que tu entendia tudo de makeup!
domingo, outubro 11, 2009
uma frase da entrevista
"A vida é aquilo que acontece enquanto planejamos".
Ok talvez não seja bem assim, e nem bem assado. Mas dá para pensar um pouquinho e fazer com que tenhamos mais ação diante das coisas. Fica essa pontinha aguda de questionamento infiada debaixo da unha.
o pão nosso de cada dia
segunda-feira, setembro 28, 2009
sábado, setembro 26, 2009
to chocado

sexta-feira, setembro 25, 2009
sobre o novo visto para o reino unido
a náusea
domingo, agosto 23, 2009
terça-feira, agosto 18, 2009
dentro de um abraço
Dentro de um abraço.
Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário?
Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro.
Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço, se dissolve.
Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado?
Dentro de um abraço nenhuma situação é incerta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.
O rosto contra o peito de quem te abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que sempre se faz durante esse envolvimento físico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz nenhuma se faz necessária, está tudo dito.
Que lugar no mundo é melhor para se estar? Na frente de uma lareira com um livro estupendo, em meio a um estádio lotado vendo seu time golear, num almoço em família onde todos estão se divertindo, num final de tarde de frente para o mar, deitado num parque olhando para o céu, na cama com a pessoa que você mais ama?
Difícil bater essa última alternativa, mas onde começa o amor, senão dentro do primeiro abraço?
Alguns o consideram como algo sufocante, querem logo se desvencilhar dele. Até entendo que há momentos em que é preciso estar fora de alcance, livre de qualquer tentáculo. Esse desejo de se manter solto é legítimo, mas hoje me permita não endossar manifestações de alforria.
Portanto recomendo fazer reserva num local aconchegante e naturalmente aquecido: dentro de um abraço que te baste."
Martha Medeiros
terça-feira, agosto 11, 2009
a vida e vice-versa
Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer mais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
Continuando: outro dia encontrei esse vídeo no youtube, super legal sobre a Lost Genaration, como vem sendo chamada a geração interneteira que nasceu entre o final dos oitenta e início dos noventa. Somos uma geração sem muito território, nascemos na transição dos sistemas. Queda do muro de Berlim. Internet chegando. Somo migrantes em constante adaptação. Enfim, irmão, irmã, take a look e tire suas próprias conclusões.
quarta-feira, agosto 05, 2009
segunda-feira, agosto 03, 2009
egali house dublin
domingo, agosto 02, 2009
15 minutos de fama
sexta-feira, julho 31, 2009
site egali de cara nova
quarta-feira, julho 29, 2009
O Jabor Voltou
quinta-feira, julho 23, 2009
planejamento pessoal (II)
terça-feira, julho 14, 2009
free, free, free
quarta-feira, julho 01, 2009
we'll take over the world
Bem, abaixo, como vai ficar o mapa da empresa com as novas aberturas.

segunda-feira, junho 29, 2009
onde está wallet?
Agora só estou na dúvida se devou ou não avisar a polícia para que eles possam para as buscas (como se estivessem fazendo isso, ha, ha, ha). Mas vou fazer isso sim, assim que tiver tempo, achar um computador, entrar no site da polícia e fazer isso.
Então, amigo, fica a dica: não leva todos os teus documentos num lugar só. E nem todos os cartões de loja, lembrancinhas, sutra sagrada e sabe-se lá quanta coisa mais deveria ter dentro da carteira que eu não olhei.
domingo, maio 31, 2009
quinta-feira, maio 28, 2009
segunda-feira, maio 18, 2009
quinta-feira, maio 14, 2009
quarta-feira, maio 13, 2009
ten things about London
segunda-feira, maio 11, 2009
Para quem quer aprender inglês e pensa em fazêlo sozinho
Coisas para fazer
quarta-feira, abril 29, 2009
Vídeo - Intercâmbio
domingo, abril 26, 2009
memórias de coisas para não esquecer
Já desisti de entender o traçado das ruas de POA, porque é complicadíssimo. Uma rua pode dois ou até três nomes. Coisa sem explicação. Só quem é Portoalegrense da gema para entender, que não é meu caso. A Protásio Alves, começa como Osvaldo Aranha e lá pelo meio troca de nome como quem troca de roupa, num sem que se perceba. Mas qualquer coisa, entro num táxi - que aqui são baratos - e peço para me deixar em algum lugar conhecido, para que eu possa me localizar e não ter um surto de agorafobia no meio da rua.

Estou morando no bairro Boa Vista. Um bairro bem bonitinho, com casas legais e uma vizinhança pacata. Tem uma academia a 5 minutos caminhando e o Hiper Zaffari, fica ali, duas lombas para cima. Sem falar do China in Box, que já sou cliente de carteirinha, temos também um restaurante Grego do ladinho de casa, com comidinhas apetitosas e direito a quebrar os pratos no final da refeição. Enfim, a vida não está de todo mal.
O último final de semana foi muito legal. Fui no restaurante Tudo pelo Social. MEU SONHO. Um restaurante que serve uma A la minuta cavalar (dá para 2 ou até 3 pessoas comer), por apenas R$9,00... MEU SONHO. Fui com as meninas que trabalham comigo na Egali: Giovana, Cris Dreyer e Mariana, tava muito legal, me diverti horrores e realizei meu sonho. Depois disso fomos num pub irlandês, que não lembro o nome, atrás do colégio militar. Muito legal o ambiente, galera bacana - tirando uma gorda de 2x2 que tava deixando roxa as gurias a cotoveladas, pois resolveu dividir o mesmo minúsculo puff com elas. Mas os hematomas passam com uma boa afumentação de alcóol.
quarta-feira, abril 22, 2009
domingo, abril 19, 2009
domingo, abril 12, 2009
Fórum da Liberdade

Na semana passada participei do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre. Quem me conhece sabe que sempre estive mais a esquerda do que a direita nas posições políticas. Nunca fui radical, mas também nunca acreditei no clientelismo da direita brasileira. Mas o tempo (ah, o tempo), me ensinou a ver as coisas de uma forma diferente. As cores partidárias e os nomes no Brasil, afinal de tudo não dizem muito sobre ideologia e crenças, estão ligadas a um desejo de favorecimento desmerecido por parte de quem está no poder. O Lula tá aí e não me deixa mentir.
O Fórum é um evento promovido para discutir o liberalismo. Para quem não sabe o liberalismo é um pensamento que permea diversos aspectos, política, economia, estilo de vida, etc. É um sistema de idéias que prega que o homem é livre e dotado de capacidade de tomar suas próprias decisões. O estado, no pacto social do liberalismo, serve apenas para garantir a ordem e o cumprimento da lei. Ou seja, o Estado proteje o indivíduo para que ele possa tomar decisões e fazer a sua vida. Gosto dessa idéia. Num momento em que a gente vê um estado cada vez mais podereso, criando problemas para ele mesmo. A própria crise do sistema financeiro internacional é fruto dos desmandos do Estado americano na economia. Enfim, uma droga.
Resultado disso tudo, fiz um teste lá e ele dizia que eu era liberal com uma tendência social-democrata. Não que eu goste de rótulos, mas eu acho que é isso mesmo. Quero mais é ser livre.
sábado, abril 11, 2009
Porto Alegre é longe
sexta-feira, março 27, 2009
quinta-feira, março 26, 2009
quarta-feira, março 25, 2009
regras básicas para se dar bem na carreira
1º Se preocupe em aprender sempre.
E use o que aprendeu. Quem não aprende a aprender, nessa vida, está fadado ao fracasso. Como diria my friend, Maturana, viver é aprender. E isso vale para tudo - SIM, EU DISSE TUDO - na vida. Se você for um bom aprendedor (aprendiz), é provável que tenha poucos medos, pois o medo nasce, justamente, do desconhecido, e ao aprender algo que parece novo e assustador, você passa a a conhecer e o conhecimento, meu caro, liberta!!!!!
2º Cumpra o que você prometeu.
Isso nem deveria ser uma regrinha de ouro, mas no Brasil, onde as pessoas dizem uma coisa e fazem outra, achar uma pessoa que cumpre - ou faz o máximo para cumprir - o que prometeu é encontrar petróleo num descampado em Alegrete: um achado. Enfim, se tu disse, faz das tripas coração e tenta entregar isso, senão tu tá ferrado, meu velho. Bem, acho que é isso. Eu tenho anotada essas duas regrinhas básicas no meu caderno de anotar a vida (que eu ganhei da Thassia. Beijo, Thassia). Esse que tem uma foto aí embaixo. Super importante. Para mim.
terça-feira, março 24, 2009
segunda-feira, março 23, 2009
arroz de microondas
Ingredientes (receita pequena)
1 colher de chá de sal
3 colheres de óleo
1 x de arroz
2 x de água
Modo de preparo
Coloque no refratário o arroz lavado. Junte a água e tempere com o sal (dissolva o conteúdo de uma colher em uma das xícaras e o óleio. Mexa bem.
Tampe com papel filme e faça furos com um grafo (para o ar poder sair ou se você tiver uma daquelas tampas de microondas, pode usar também) e cozinhe por 14 min. Sirva quente, fica soltinho, soltinho, não tem erro.
domingo, março 22, 2009
Muito engraçado
sábado, março 21, 2009
A new step in Deep Step
Olá-olá-olá (olhei laranja mecânica ontem de noite). Acho que é hora de eu dar um F5 nas coisas que vem acontecendo na minha vida e que as pessoas que passam por aqui sempre se perguntam. Na verdade, isso é mais para mim, organizar minhas idéias e contar para o blog em que pé anda a nossa relação, senão eu fico só postando coisas externas aqui e esqueço do que vai por dentro.
Já tem umas três semanas que voltei do Chile. A experiência foi ótima, indescritível. Demorei alguns dias para me adaptar, como acontece com todo mundo. Na rodoviária eu ainda dizia Gracia! para as pessoas e respondia com Por supuestos! sonoros quando concordava com alguma coisa. Agora já está mais tranquilo, não passo mais vergonha. Muitas coisas boas trago desses tempo em terras chilenas: bons amigos, um punhado de histórias divertidas e mais um idioma (espanhol) na bagagem (com um forte acento chileno, é verdade).
No momento, estou em Passo Fundo (ou Deep Step, para os mais requintados), fico trabalhando aqui por algumas semanas ajudando na articulação e abertura de mais uma filial da empresa em que trabalho, a Egali Intercâmbio. (Aliás, se tu está pensando em dar um pulinho no exterior, fala com a gente ;D). Logo depois dessa empreitada me vou para Porto Alegre onde vou viver nos próximos meses, trabalhando na área de Treinamento e Desenvolvimento da Egali, em uma job que pedi a deus.
Novidades em miudinho
- Vou participar do TMU da AIESEC Conosur - é um time online que dá coach para os escritórios da AIESEC Conosur (Chile, Argentina e Uruguay), na área de Gestão de Talentos;
- Na última semana participei do salão do estudante, em POA. O time da Egali era o maior da feira!!!
- Aprendi a fazer arroz no microondas!!!
domingo, março 15, 2009
Mundo, mundo, vasto mundo
quarta-feira, março 11, 2009
Lista de livros para desenvolvimento pessoal

1º O monge e o Executivo - os dois livros dele - James Hunter;
2º Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes - Stephen Covey;
3º Como fazer amigos e influenciar pessoas - Dale Carnegie;
4º A Estratégia do Oceano Azul - Kim & Mauborgne;
5º Os Segredos da Mente Milionária - Erick Harv;
6º O Desafio: fazer acontecer - Ram Charan;
7º O gerente Minuto - não lembro o nome do autor;
8º Design para que não é designer - Robin Willians;
9º O 8º hábito - Stephen Covey;
10º O livro dos abraços - Eduardo Galeano.
Na onda do intercâmbio
domingo, março 08, 2009
You don’t need anyone to hold your hand
Enjoy
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Written by RoadJunky.
One of the great things about the Internet is that it’s brought travelers together; in forums and on social networks, backpackers and vagabonds can share experiences and tips, discover new places and ask questions about destinations they’ve yet to hit.
But in the end, the only real travel is done alone.
When you head out on the road by yourself there’s no longer anyone around to define you, no one who knows your personal history, no one who knows where you’ve been and where you’re going. You’re forced into the Now.
And unless you make the mistake of carrying a GPS phone and check into internet cafes every ten minutes to report back to friend and family, you digest your experiences by yourself. There’s no one to hold your hand when you get scared, no one’s shoulder to cry on when things go wrong. There’s no childhood buddy to help you decipher the train timetables and no one to introduce you to the cool bunch of travelers sitting at the other end of the hostel.
Travel should be a rite of passage, a sacred journey, a vision quest. It’s about leaving behind the cloying emotional support system of family and friends and learning to stand on your own two feet. Then, later on, you’ll be able to support others in their time of need.
Although we do our best to deny it, filling all our quiet moments with Messenger updates and shuffled tracks on the Ipod, life itself is actually pretty scary. It’s a blank slate for you to make what you will of it and no where is that more true than when you travel. You could get lost or injured, you might get married or change religion. You might even die: the greatest journey of all and one which is almost certainly a solo trip.
You can only find yourself on your own terms and that’s why just about everyone should leave home and head out on the road for a year. Your prejudices and values will be challenged, you’ll have to get by on your wits and find out who you really are.
Compare such a voyage of self-discovery with the gaggles of school leavers who head off i groups of 5, all armed with Eurorail cards and guidebooks, collectively bumbling their way from train station to hostel to local bar and back again. Each time something out of the ordinary happens they shrink back into the safety of the herd and they carry with them a mini-world from home with them as they go. Why did they bother leaving in the first place?
When you travel alone you’ll meet more people and move at your own pace. Sure, you’ll team up from time to time with other travelers and find yourself sharing a train carriage with an Israeli, a Finn and a couple of locals. Spontaneity and variety are what it’s all about.
Hitting the road alone you’ll grow in ways you never imagined. You’ll experience stuff that your friends and family will never be able to understand.
And nor should they. It’s your trip and it’s entirely up to you to make sense of it.
quinta-feira, março 05, 2009
AIESEC
falar inglês é fácil
terça-feira, fevereiro 24, 2009
Séries

Há muito tempo quero escrever sobre as séries que eu acompanho. Sou meio viciado nesse negócio. Sempre que começo uma série, enlouqueço e tenho que olhar todos os episódios. Assim foi com Lost, Heroes, The Sarah Connor Cronicles, Supernatural e outros mais. Acho as séries um negócio muito legal. Além de ajudarem na questão do ouvido, para aprender inglês, são um negócio ótimo para que possamos aprender coisas de maneira geral. Até mesmo humor. Quem não gosta das piadas de Friends ou Sex and City, que atire a primeira pedra, ou vá direto para o inferno, porque ninguém merece conviver com uma pessoa mal-humorada, que não entende uma boa tirada.
Bem, das séries que tenho acompanhado, a que mais gosto é, na verdade, Supernatural. Adoro a história dos Winchester boys em na caça de vampiros, lobisomens e outras coisas do gênero. Interessantíssimo, com o exagero do termo. Uma coisa é certa, em se falar de séries, elas talham a nossa paciência. Brasileiro é imediatista em relação a tramas televisivas. A prova disso é que as novelas passam de segunda a sábado, com um episódio novo a cada dia. Resultado: tramas sempre iguais, pois não há criatividade que resista a tanta produção. Já as séries não, temos um capítulo por semana e um ano de série tem, quando não há nenhuma parada, 22 episódios, extremamente pensados para deixar qualquer um louco. Isso é o mais bacana de tudo.
Eu sou completamente suscetível a essa metologia utilizada para prender o expectador. Fico me retorcendo e contando os dias passarem para ver os novos episódios. Talvez a série que tenha produzido mais fanáticos nos últimos tempos foi lost. E we are back. A história de retorno a ilha reiniciou já tem algumas semanas. A trama, infelizmente, se perdeu, com a morte de personagens que deixaram saudade e o embróglio que está se tornando toda a história dos "the others" e da iniciativa Dharma.
Outra série que perdeu seus créditos comigo foi Heroes. Criada, inicialmente, para combater o sucesso de Lost, a série caiu num relativismo absurdo ao ressuscitar, a cada episódio, um novo personagem que tinham acabado de matar. Ninguém merece, brincar com nossa inteligência. Não gosto mais. Enfim, recomendo para todos e todas que gostam de coisas inteligentes para passar o tempo, escolher uma meia dúzia de séries para acompanhar. Além de ser uma pessoa mais inteligente, é batata que quando faltar assunto em uma roda de cerveja, basta você dizer: você viu o que aconteceu no último episódio de... Alguém mais sempre acompanha a mesma série que você. Abaixo, sites onde podem-se baixar séries.
Eu recomendo esses dois, mas, para os mais garimpeiros, basta ir no orkut e procurar, há thousands of para baixar.
Brazil Séries
Séries BR
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
You give a little love...
Esse eu acho show... Take a look, que vale a pena!!!!
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
Reforma trabalhista
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
As coisas de não saudade do seu país
Lendo pela internet a fora, encontrei essa matéria da veja de 2004. Faz tempo, mas pelo que percebi as coisas não mudaram tanto nos últimos anos. Bem, o trabalho em questão trata de um estudo feito pelo banco mundial com 133 países sobre a chamada microeconomia, ou economia real - aquela que afeta, diretamente, a vida das pessoas, oferecendo-lhes emprego, salários, etc. O Brasil é um país que tem feito a lição de casa nos últimos anos em relação a sua política econômica, fazendo que, com a crise que o mundo atrassa, atualmente, nós possamos nos colocar em uma situação um pouco mais confortável. Bem pouco, para sermos verdadeiros. O problema - e aqui meus amigos advogados e contadores hão de concordar comigo - está justamente na dinâmica da economia. Na máfia do carimbo que todo o ser-humano-brasileiro tem que enfrentar quando decide abrir uma empresa.

Bem, se para abrir a empresa é esse massacre, nem queiram saber como é para fechá-la. Segundo o estudo, o Brasil é o segundo pior pais para isso, só perde para a Índia, onde é até entendível, uma vez que para os indus a vida é eterna e vamos renascer indefinidamente, então, para quê pressa? O fato é que, no Brasil, o empresário falido leva em torno de 10 anos para se livrar do seu negócio. Nos países onde isso é mais rápido, o processo leva um par de meses.
Outro entrave para o nosso desenvolvimento são as leis trabalhistas. Contratar, no Brasil, é quase visto como um crime pela legislação. São diversos os números de órgãos para os quais a empresa tem que prestar contas. Milhares são, também, os direitos dos trabalhadores, superprotegidos. Com a arma na cabeça, qualquer empresário pensa 10 vezes antes de fazer uma contratação. Isso é explicado por uma legislação retrógrada, que já leva mais de cinquenta anos, que leva em seu seio a idéia da luta de classe e de que a relação de trabalho é uma relação de sofrimento.
Resultado: continuamos atrasadíssimos, enquanto outros países, que fizeram mudanças estruturais necessárias, voam de braços abertos ao desenvolvimento. Eu espero que meus colegas administradores e empreendedores discutam mais esse tema, para que as mudanças que são necessárias, aconteçam.
Tsunamis

Na última semana fui a uma praia que fica a poucos km de distância de Concepcion e ela tem uma característica bastante peculiar a algumas regiões do Chile. O país, como se sabe é emparedado a leste pelas cordilheiras dos Andes. O que pouca gente sabe é que também á uma “pequena” cadeia de montanha também mais perto da costa, chamada de cordilheira da costa, ou pré-cordilheira. Muitas cidades foram fundadas nessa cordilheira, pois se derrama sobre o oceano pacífico e, na falta de um lugar mais propício, foram se construindo as casinhas sobre os morros. Mas ficou bem bonito, no fim das contas, Valparaíso e Viña Del Mar são exemplos dessas charmosas cidades. Bem o negócio é que quero contar que nessa praia vi e, depois, passei a prestar atenção e encontrei em muitos lugares, placas com avisos de direções para evacuação de Tsunami. Há essas plaquinhas, dizendo, corre, loco, se tu ver alguma coisa se mexendo estranhamente no mar, saia correndo para a serra. E o assunto é sério, uma vez que um Tsunami já destruiu a cidade de Concepción, há muito tempo atrás. Bem, tsunamis não acontecem a cada quinze dias, mas o seguro morreu de velho, então é melhor prevenir do que remediar.
sábado, fevereiro 14, 2009
O tempero do Chile

Para quem desconhece, Cominho
Sempre fui muito ligado aos gostos. Como dizem os entendidos de comida, o sal salga, o que dá gosto são os condimentos, temperos e a mão do cozinheiro. A vida também é feita desses sabores, desses gostos, que no dia a dia nós encontramos por aí. Gosto de coisas gostosas. Com sabores diferentes, raros. Não gosto da mesmice, do dia a dia. O cotidiano das coisas me aborrece e, por isso mesmo, tento sempre coisas novas. Novos sabores. Para os que me conhecem, sabem que adoro me aventurar pela cozinha. Fazer um risoto novo, uma comidinha gostosa, um assado diferente (ah, um assado). Mas tudo em grandíssima quantidade e com um tempero muito bom.
Nesse sentido, sou muito parecido com minha amiga Deka, que adora experimentar, provar e criar coisas novas. Lembro de nossas aventuras gastronômicas pela cidade de Santa Maria. Diferente do Beto, que gosta de comer bem e sempre nos mesmos lugares, a Deka ajudava a descobrir lugares novos, sabores novos e tudo mais. Até mesmo houve uma época quando andávamos de carro e com a Magda a tiracolo, tínhamos uma listinha de lugares onde se podia comer algo bom (tu lembra Deka?), então ficamos ali, início da noite, com a cadernetinha de lugares na mão, tentando ler na escuridão do carro. Lugar escolhido, era partir para o desespero. Pernil com abacaxi. Um peito-de-frango-com-bacon. Uma batata com catupiri. Um miau. Um Kibe. Hum... A minha sorte é que eu tenho uma digestão ótima (muito diferente do pobre do Alexandre). Enfim, falar de temperos é falar dessas coisas da vida, do que cada um carrega de mais saboroso: o humor, o carisma, a sensibilidade. Isso tudo, remexido e misturado tem um gosto ótimo. Recomendo servir quente.
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
Motivar para vender
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
Pucon - A cidade mais bonita do chile
Dos lugares que conheci no Chile, até agora, Pucon, sem dúvida, foi a que mais me impressionou. Sem falar do vulcão - que é lindo, está ativo e coberto de uma espessa camada de neves eternas - a cidade tem uma vibe animal, cheia de estrangeiros andando pela rua. Gente bonita e bronzeada, balançando suas cadeiras em direção ao Lago Villarrica, com um óculos de sol que parece que tiraram a tapa da cara da Mariah Carey. Muito lindo. Gostei muito, porque é daqueles lugares onde se escuta de todas as línguas na rua, gente falando português, outros te perguntando coisas em inglês. Enfim, um ambiente maravilhoso.
A paisagem é uma coisa que não tem no Brasil, por isso mesmo vai ver eu gostei tanto. Amei até mesmo o lago, eu que não sei nadar. O vulcão é lindo, o céu é azul, os passarinhos cantam e de qualquer lugar se tira fotos de cartão postal, muito diferente da grande maioria das outras cidades pelas quais passei no caminho. Antes de ir para lá, passei por Valdívia, que é uma cidade grande e famosa ao sul do Chile. Não vi nada de interessante. A cidade foi destruída em 1960 por um terremoto e, ao meu ver, os moradores não se deram ao trabalho de reconstruí-la da maneira devida, assim que o que mais se ver pelas ruas são prédios tortos e perigosamente pendentes. Passei também por Panguipulli, uma cidadela no meio do nada. Não aconselho a ninguém e, se tivesse uma borracha que apagasse a memória, eu compraria ela a preço de ouro. Ademais, a viagem foi legal. Uma baiana, Celi, me acompanhou. Foi muito divertido, pois ela tem um humor muito parecido com o meu.
É isso, pessoal. Bora conhecer Pucon.